Após publicar em seu perfil no Facebook, na madrugada deste domingo (22), que foi vítima de sequestro e agressão no Metal Open Air, festival coproduzido por sua empresa, Felipe Negri afirmou, em entrevista exclusiva ao G1, que o episódio ocorreu a mando de Natanael Junior, sócio da Lamparina Produções, organizadora local do festival.
Na nota em que anunciou o cancelamento do festival de São Luís, porém, a Lamparina diz: "Sobre a suposta agressão ao Sr. Felipe Negri, em nenhum momento isso aconteceu".
O evento ficou marcado, neste sábado, pela debandada das atrações internacionais e pelo posterior cancelamento, faltando ainda um dia para que se completasse a programação original.
Durante conversa com o G1, que aconteceu no hotel em que está hospedado, Negri descreveu-se “assustado, apavorado e magoado” e “vítima de um crime”. Segundo ele, tudo aconteceu durante o show do grupo brasileiro Korzus, último a tocar neste sábado (21) no MOA. Negri contou que dirigia um carro alugado e estava acompanhado de sua noiva e de dois funcionários quando outro veículo o “fechou”, impedindo-o de prosseguir. No momento, eles estavam numa rua nas imediações do Parque Independência, local do evento, em São Luís.
“Reduzi a velocidade por causa de um bloqueio e veio um Celta, com um sobrinho do Natanael Júnior em altíssima velocidade, com um ‘capanga’. Fecharam meu carro, coisa de filme de ação”, descreve Negri. “Desceram, o cara fez menção de que estava armado, aí achei que ali era o fim. E aí abriram as portas, esse capanga puxou a chave do carro, e nessa de puxar ele bateu, pegou aqui em mim [aponta para a testa], mas tudo bem, eu achei que o cara ia atirar mesmo.”
Negri conta então que, em seguida, foi tirado de seu carro. “Eles tiraram eu e minha noiva e falaram: ‘Você não saem daqui’. Foi um sequestro.” Ele relembra que, antes da abordagem, combinara de se encontrar, no mesmo hotel, com Marcelo Caio, sócio da Lamparina. “Era uma tentativa de tentar trazer mais uma banda [internacional, para tocar depois do Korzus] pelos menos”, justifica Negri. Antes de sair do Parque Independência, contudo, ele diz ter sido visto por Natanael: “Acho que ele ficou desconfiado...”.
Sem ameaça
Felipe Negri conta que, depois de ser retirado do carro, foi reconduzido ao interior do parque, no espaço atrás dos palcos. Ele diz que não chegou a receber ameaça. “Eles falaram ‘ninguém quer que ninguém se machuque, vamos pra lá agora’. Aí, foi isso. Liguei para o Marcelo Caio [que estava no hotel] e ele mandou liberar a gente.”
Felipe Negri conta que, depois de ser retirado do carro, foi reconduzido ao interior do parque, no espaço atrás dos palcos. Ele diz que não chegou a receber ameaça. “Eles falaram ‘ninguém quer que ninguém se machuque, vamos pra lá agora’. Aí, foi isso. Liguei para o Marcelo Caio [que estava no hotel] e ele mandou liberar a gente.”
Segundo Negri, Caio negou participação. O sócio Natanael Júnior, entretanto, teria assumido participação. “Ele falou: ‘Não, não vai sair daqui’. Cárcere privado total, um crime hediondo, feio, grave”, declara Negri. “O Marcelo, por telefone, autorizou minha saída.”
Por fim, Felipe Negri afirma que a participação de sua produtora no Metal Open Air se deu no sentido de agenciar as bandas internacionais, com exceção do supergrupo Rock N Roll All Stars. Ele diz que, embora o cachê devesse ser pago pela Lamparina, foi a Negri Concerts quem acertou o pagamento dos demais artistas estrangeiros. Tirando o Saxon - um dos primeiros dentre os escalados a anunciar que não tocaria mais -, todos os grupos de fira receberam, garante Negri, mesmo que não essa não fosse a responsabilidade de sua produtora. “Essas bandas são minhas amigas...”
Pelo acerto entre os coprodutores, a Lamparina deveria repassar à Negri Concerts os valores correspondentes aos cachês, o que não teria ocorrido. Negri conta também que vai ver com seu advogado o que fará a partir de agora e que preferiu não registrar Boletim de Ocorrência sobre o episódio da madrugada deste domingo. Segundo ele, houve tentativas de dar sequência ao Metal Open Air neste último dia de programação, o que não foi possível, de acordo com o que lhe teria explicado Marcelo Caio.
No início da tarde deste domingo, na nota em que anunciou o cancelamento do MOA, a Lamparina Produções respondeu ao que Negri postara no Facebook: “Sobre a suposta agressão ao Sr. Felipe Negri, em nenhum momento isso aconteceu. Ele se recusou a colocar as bandas da noite de sábado, apesar de pagas. Além disso, quis retirar sua equipe técnica e se evadir do local. Foi sim exigida a sua presença e da respectiva equipe para a continuidade e segurança dos shows, em respeito ao público presente”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui esta notícia, sem limites, sem moderação.