domingo, 13 de maio de 2012

Opeth – Heritage (2011)




Antes de qualquer comentário sobre as músicas, uma pergunta: você é familiarizado com o som do Opeth?

Digo isso porque, em caso afirmativo, já sabe que se trata de uma música de qualidade - diferente da maioria das coisas que se ouve por aí - e bastante peculiar pela mistura de elementos progressivos como variação rítmica e melódica e intervenções inusitadas de instrumentos acústicos durante partes pesadas e agressivas. Diferente da maioria das bandas chamadas de Prog Metal, sem demonstrações de técnica desnecessárias. Pois bem, se você é fã dos caras, sabe também que eles não tem medo de ousar, como quando lançaram o álbum Damnation.

O lance aqui é que os caras mergulharam fundo no progressivo setentista. Em momento algum o disco chega a soar datado ou cansativo. Suas 10 faixas esbanjam bom gosto e exuberância musical, mas não é um álbum de fácil “digestão”.  São necessárias algumas audições atentas para perceber todas as nuances da obra e, ainda assim, a cada vez que ouvimos, descobrimos um  detalhe que tinha passado despercebido.

A qualidade do trabalho feito por Mikael Âkerfeldt e banda é tanta que fica difícil apontar um destaque. Desde a abertura singela ao som de piano da instrumental Heritage, até a Narrow The Earth, a música flui de uma maneira intensa, porém sem nenhuma passagem que lembre Metal. Talvez a mais próxima disso seja Slither que, com um riff no melhor estilo Richie Blackmore, fica bem próxima dos trabalhos antigos do Rainbow. Vocais guturais, distorções sujas de guitarras e blast beat? Esqueça! Esta não é nem de longe a proposta. Algumas faixas chegam a lembram o King Crimson, como é o caso de Nepenthe.

Se tivesse que escolher apenas uma música, provavelmente ficaria com Famine que consegue abranger um espectro bem vasto de sonoridades, desde o seu começo com flauta e percussão, passando pelo piano e vocal, seguido de um ótimo riff  com  andamento quebrado de bateria e continua até o final trabalhando muito bem a variação light/shade que sempre foi característica da banda.

Voltando à pergunta lá do início. Não conhece? Neste caso, você gosta de Progressivo? Rock? Música? Então, meu amigo, não deixe de ouvir.

Esta resenha foi feita a partir de uma edição de colecionador importada que conta com uma capa 3D, DVD bônus com entrevistas e making of do disco, além do áudio 5.1 e duas faixas extras: Pyre e Face In The Snow.

www.opeth.com                                                            

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Quem faz o ROCK NA VEIA

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Sou bancário (e isso é muito ruim, acreditem), guitarrista e vocalista da banda Raiobitz (Rio Claro-SP), colaborador do Whiplash.net e pai em horário integral. Curto rock e todas as suas vertentes desde que me entendo por gente e quero compartilhar dessa paixão.